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sexta-feira, 5 de julho de 2013

NEW YORK - os primeiros momentos



"Os primeiros momentos são sempre os mesmos. Curiosidade, fotos, expectativas. Mesmo sabendo que iremos ficar 44 dias por aqui.

Chegamos sábado, 22.6. Fomos muito bem recebidos. Recebemos metrocard sem limite, gift card (um cartão de crédito com um determinado valor para usarmos como quisermos), a identidade estudantil e as chaves dos apartamentos. Quartos grandes, ducha forte e quente, sala, cozinha com fogão enorme e elétrico, geladeira novinha, moderna e grande, 2 banheiros. Excelente!!

Fomos, eu e mais 3 outros professores, explorar as redondezas. Estamos na Union Turnparkway Avenue, na parte de classe média alta do Queens. Casas típicas, sem muros, quintais e jardins muito bem cuidados e bonitos. Carros novos e de luxo abundam por aqui. O pessoal não é de ficar pelas ruas, razão de estarem sempre vazias. Vive em restaurantes, lanchonetes, bookstores ou em casa. Também não é de conversas. Anda de cabeças erguidas, sem olhar em nossos olhos; mas, se peguntarmos algo, torna-se educado, sem risos e responde.

Pensei que, com meus 1.71 m, fosse virar anão por aqui. Ao contrário. Muitas pessoas mais baixas que eu, inclusive professores, que são muito educados, sorridentes e prestativos.

A comida é muito calórica. Restaurantes e lanchonetes (fastfoods) têm mostruários com as comidas, preços e calorias de cada porção. Igual Subway, Mcdonald’s no Brasil. Arroz e feijão, só em alguns restaurantes. O gosto é diferente. Não tem aquele sabor brasileiro. Os preços variam de 12 a 40 reais para sanduíches. O cafezinho (um copo de 300 ml, custa 2,50 reais) tem de ser dividido pra 4 pessoas como nós, mas, eles bebem tudo!!. Paga-se em média 3 reais para beber refrigerante. Eles dão um copo de quase meio litro e a gente se serve à vontade, pode repetir, só não pode levar. É incrível a quantidade de comida jogada no lixo. Vimos colchões novos no lixo, livros, microondas. Mas ficam por pouco tempo, só antes da hora de serem recolhidos. As ruas são limpas e bem cuidadas.

As filas são respeitadas. Ninguém reclama. Ninguém pede identidade para usar o cartão de crédito, basta assinar um papel. Como a maioria dos cartões é de “gift card”, nem assinatura pedem. Todos dão troco, centavo por centavo.

Os ônibus são muito confortáveis e cheios de informações. Sempre têm avisos nos altofalantes sobre a próxima parada, rua, etc... A passagem é cara: 6 reais. Ainda bem que ganhamos cartão de ônibus e metrô sem limites. Todas as paradas contêm informações sobre horários, percurso. e são niveladas com a escada, ou seja, ao descer do ônibus, não há degraus. As cadeiras da frente são reservadas para idosos e pessoas com problemas de locomoção. Pode-se sentar nelas, mas se entrar alguém para usá-las, a pessoa levanta automaticamente e cede o lugar. Há câmeras pra todo lado. Os horários são sempre cumpridos.

Incrível!! Aqui, quase todos falam inglês!! (rsrsrsrsr)

No segundo dia, fomos pegar o metrô para Manhattan. Claro, como bons brasileiros e homens, nos perdemos, andamos pra dedéu. As professoras, que foram mais cedo, não tiveram problemas. Elas sabem perguntar, perguntar e perguntar... Já, nós, nos ferramos! Na volta de Manhattan, então!!! Pegamos uma tal linha 7 e fomos parar num bairro muito feio, um povo esquisito; trememos mais que maranhense no Peba quando anda de van! Fomos pedir informação para uma funcionária do caixa do metrô, para voltarmos para o campus. Ao nos dirigirmos para ela, havia uma senhora idosa falando algo. Ela saiu do caixa, uma negra de uns 100 kg e 1,80 m, xingou a “reia” idosa toda! A idosa tava falando que não tinha recebido o troco correto. A negra saiu e achou a moeda no chão. Quase que come a “reia”. Nos olhamos e vazamos! Fomos pedir informação em outro lugar... Foi um caso isolado!

Cada pessoa fala inglês do seu jeito. Tem gente de todo tipo, todas as cores. Muitas, acima do peso. E chegando mais: eu! Os asiáticos predominam: chineses, japoneses, indianos, coreanos, muçulmanos. Depois, mexicanos e brasileiros. Em todo lugar que íamos, havia alguém falando português. Inclusive nas lojas.

A Brodway é uma loucura! Mas muito legal, fantástica,doida. Deu vontade de ficar ali e fazer umas doideiras. Sentia-me em casa. Gente vestida, pelada, fantasiada, doida; cantores, atores, pilantras, vendedores, gente boa, ruim; mas todos com um objetivo: ser feliz!!

As pessoas se respeitam! Desde o Brasil, recebemos orientações sobre o comportameneto e privacidade delas aqui. Tem um tal de “harassment” muito doido. Não se pode tocar em ninguém sem permissão. Se for dito alguma ofensa para alguém, pode dar processo e prisão. Mas pode-se dizer o que quiser, fazer o que quiser, desde que não ofenda! NÃO É NÀO! Uma colega nossa foi fazer carinho numa criança aqui na escola. A mãe puxou a criança de perto com raiva e olhando feio. Fui dizer pro professor David Parker que ele se parecia com um ator vilão do filme Äs panteras”, ele olhou feio pra mim, apesar de ser legal pra carai!! Será que, se eu o chamasse de "Homem Aranha" seria expulso?? Contive-me. Não gostam de brincadeiras de mau gosto.

O que não gostamos foi do horário: só uma hora pra almoçar! Aqui eles comem muito no café da manhã, fazem um lanche rápido no almoço e mandam ver no jantar. As aulas vão de 8 às 12 h. Retornam às 13 h. Terminam às 17 h e o povo vai jantar! O restaurante fecha às 20 h!!!! Nesta hora, 8 da noite, ainda é dia!! O sol se põe lá pelas 20 e 45 h!! Uma doideira só!!

Anda-se muito! A universidade é enorme!! As salas de estudo comuns (que são usadas por todos) têm enormes e confortáveis sofás, mesas, computadores, internet que funciona e de graça!! As salas de aula têm tudo de informática, baixa-se o telão apertando m botão, som de qualidade, conforto. Os banheiros são muitos e limpos. Há que se ter cuidado com a privada! Se ficar com a bunda lá na hora da descarga, sujeita-se a ter as tripas sugadas pela força da sucção! Aquilo ali engole até c... de elefante!

Não há TV. Não vi nem o jogo do Brasil! Pode-se navegar nos sites do Brasil; mas, pra ver jogo, baixar programas gratuitos, é bloqueado. Qualquer download é pago!

Há várias cabines com comida, bebidas e outras coisas em todo lugar. Colocam-se moedas ou passa-se o cartão, pega-se o que pagou e fecha. Aí é que tá!! Será que no Brasil eles pegariam só o que foi pago e deixariam o resto lá? Porque, depois que a porta é aberta, se a pessoa for desonesta, leva o que quiser!
Agora, o sistema de saúde!!! Gostei não!! Mas isto é papo pra outro capítulo!!"

Alípio Mário Ribeiro

Academia Brasileira de Letras - componentes

Os atuais membros da Academia Brasileira de Letras são os seguintes (dezembro de 2012):

Cadeira Nome Eleição
1 Ana Maria Machado 2003
2 Tarcísio Padilha 1997
3 Carlos Heitor Cony 2000
4 Carlos Nejar 1988
5 José Murilo de Carvalho 2004
6 Cícero Sandroni 2003
7 Nelson Pereira dos Santos 2006
8 Cleonice Berardinelli 2009
9 Alberto da Costa e Silva 2000
10 Rosiska Darcy de Oliveira 2013
11 Helio Jaguaribe 2005
12 Alfredo Bosi 2003
13 Sergio Paulo Rouanet 1992
14 Celso Lafer 2006
15 Marco Lucchesi 2011
16 Lygia Fagundes Telles 1985
17 Affonso Arinos de Mello Franco 1999
18 Arnaldo Niskier 1984
19 Antonio Carlos Secchin 2004
20 Murilo Melo Filho 1999
Cadeira Nome Eleição
21 Paulo Coelho 2002
22 Ivo Pitanguy 1990
23 Luiz Paulo Horta 2008
24 Sábato Magaldi 1994
25 Alberto Venâncio Filho 1991
26 Marcos Vilaça 1985
27 Eduardo Mattos Portella 1981
28 Domício Proença Filho 2006
29 Geraldo Holanda Cavalcanti 2010
30 Nélida Piñon 1989
31 Merval Pereira 2011
32 Ariano Suassuna 1989
33 Evanildo Cavalcante Bechara 2000
34 João Ubaldo Ribeiro 1993
35 Cândido Mendes 1989
36 Fernando Henrique Cardoso 2013
37 Ivan Junqueira 2000
38 José Sarney 1980
39 Marco Maciel 2003
40 Evaristo de Moraes Filho 1984

quinta-feira, 4 de julho de 2013

As peripécias de um mineiro/paraense em New York - Parte I

O nosso amigo Alípio Mário Ribeiro, figura ímpar de Parauapebas, de Coronel Fabriciano (e do mundo!), professor de primeira linha, está nos Estados Unidos. Melhor, está na Capital do Mundo, New York. Ganhou uma bolsa de estudos concorridíssima para aprimorar ainda mais o seu inglês, que já é fluente. Inglês com sotaque mineiro! E cada dia que ele passa por lá, tem uma história interessante para contar. A de hoje, hilária, é a primeira de várias que registraremos aqui nos próximos dias, com a autorização dele. Me lembra o livro A História de um Cucaracha" do genial Henfil. Vamos lá: 
"UM DIA DE "MANÉ"!! ( por Alípio Mário Ribeiro)

"Perguntar não ofende...

A cidade de Virginia Beach é grande, bonita e bem cuidada. Banhada pelo oceano Atlântico , está ao lado de Norfolk, que possui a maior base militar dos USA! Tem uns 500 mil habitantes.

Paula me recebeu maravilhosamente. Fomos almoçar num restaurante chamado Catch 31, no Hilton. Quando entramos, pensei: "tô lascado! Aqui deve ser mais caro que comprar na Channel ou no Bebericar!" Ledo engano. Almoçamos muito bem e bebemos alguns drinks deliciosos por uns 120 reais.

De lá, fomos andar pela praia. Preciso rever meus conceitos e gosto pelas coisas. A praia é tão limpa e cuidada que achei feia. Estou tão acostumado com as praias no Brasil... Não quero, nem estou depreciando meu país, por mais que alguém pense isto. Nossas praias são as mais belas do mundo, e, muitas, também são limpas e bem cuidadas.

Paramos num "boteco", (confiram pelas fotos) super legal, para beber um cocktail e alguns "shots". Tiramos várias fotos. Enviei logo algumas pra minha esposa gostosona e linda, Vanessa, e para minha preta, Luana.

As pessoas vão me estranhar quando eu voltar. As palavras mais usadas aqui são: "please" e "thanks". E, qualquer coisinha de nada que se faça, um esbarrãozinho que seja, lá vem o "sorry"...

As frutas e algumas outras mercadorias ficam do lado de fora do supermercado, na calçada. Se quiser levar, leva. Não tem alguém pra te impedir. Mas, claro, as pessoas pegam, entram e ficam na fila pra pagar. Como seria se fosse no Peba?

A Paula, que mora por aqui há uns 200 anos, se perdeu. Se não fosse o GPS, estaríamos perdidos até agora.

Chegamos à casa dela. Típica, bonita, confortável e muito bem cuidada e organizada. David, o marido dela, recebeu-me com um honesto e afável abraço e muitos sorrisos. Ele disse num bom mas cheio de sotaque português: "Paula fala muito de você aqui. Diz que você é muito engraçado"!! Apresentaram-me Crystal, a linda filhinha do casal. Eles falam com ela em inglês e português.

Será que a Lúcia Paula Daiane Milhomens Ribeiro falou pro marido que eu trabalho num circo? Logo eu, o rei da seriedade? Deixa pra lá... Vou "queimar" a Paula agora não. É ela que vai cozinhar pra gente. Dei uma olhada no armário do banheiro, vi uns vidros com caveiras. Lembrei dos filmes de suspense americanos. Vai que algumas gotas daqueles vidros pinguem, por acaso, na minha comida?

Paula foi mostrar a casa. Coisa de brasileiro ou americano? Ao mostrar o banheiro a ser usado por mim, perguntou: - "Você sabe usar o banheiro?"

Quem não sabe usar um banheiro?

- " Claro que sei!" - Respondi.

Fui logo tomar um banho, ou "banhar", como dizem os maranhenses. Tentei cagar, mas, toda vez que fico muito tempo sentado ou viajando, e viajei 9 horas de trem de NY pra cá, encalho. A merda não sai nem com laxante. Depois de uma sensacional mijada de mais de um litro, fui baixar a tampa da privada. Como estou acostumado com aquelas tampas leves e de plástico, deixei a tampa cair. O barulho que ela fez pareceu um tiro de canhão. A abençoada da tampa devia pesar uns 8 kg!!

Alguém gritou lá de baixo: " Tá tudo bem aí?"

Gelei todo. Que vergonha!!

A banheira é igual a do quarto da escola. Pensei: "beleza".

Abri a torneira do chuveiro, conforme faço sempre e entrei na super ducha!!

PQP, viu!!!!!! A água estava fervendo mais que água de vulcão. A pele das costas estava pra virar pururuca! (Pururuca é o nome dado quando se joga azeite super quente na pele do porco, quando assado, para ficar sequinha e crocante). Foi tudo muito rápido. Não sabia se rasgava as cortinas, se gritava, se chorava ou se pedia pra morrer! Virei de peito pra água quente (o peito cabeludo ajudou a proteger), protegi o 'pelancudo' e fechei a torneira! Que sufoco do ca...!!! Que coisa de mané!!! Por que não deixei a Paula explicar o funcionamento do banheiro?"